sábado, julho 14, 2007

O princípio da Igualdade

Têm vindo a lume várias notícias sobre casos de professores e outros profissionais que, sofrendo de doenças graves e incapacitantes (como cancro) são obrigados a ir trabalhar, por ordem das juntas médicas. Isto levanta várias questões como as que eu vou levantar neste momento:


- O que é um médico? O dicionário diz que a palavra vem do Lat. médico s. m., aquele que se formou em Medicina; clínico; adj., medicinal...
Ora eu não sou médico, não tenho nenhuma formação em Medicina nem aspiro a tal. Mas até eu sei que uma pessoa com cancro na garganta, afónica e sujeita a cirurgias no local, não pode dar aulas, a não ser que sejam de linguagem gestual!


- O que é uma Junta Médica? Uma Junta Médica é um conjunto de médicos (i.é, formados em Medicina) cuja função é analisar se as maleitas de um indivíduo são o suficiente para o incapacitar das suas funções ( o que, por exemplo, no caso de um professor afónico que não saiba linguagem gestual, é capaz de ser complicado...mas isto sou eu, que não tenho nenhuma formação em Medicina, nem aspiro a tal!)


- O que é o Princípio da Igualdade? É o princípio que os membros da Junta Médica usam para justificar o facto de considerarem indivíduos doentes com incapacidade total ou perto da total como aptos para o serviço (como, por exemplo, um professor afónico devido ao cancro que não sabe linguagem gestual, mas eu não tenho nenhuma formação em Medicina e nem aspiro a tal!).


E perguntam vocês: "Essa não entendi...?".


E eu respondo: "O princípio da igualdade aplica-se na perfeição. Atrasados mentais sem nenhuma formação em Medicina, mas com aspiração a tal, fazem uma junta médica, onde consideram apto para dar aulas um professor que sofre de cancro na garganta e está completamente afónico. Se uns doentes (mentais) podem constituir uma junta médica, então um professor afónico que não sabe linguagem gestual também pode dar aulas. É o princípio da igualdade..."

5 comentários:

Alien David Sousa disse...

Karl, só fiquei confusa num aspecto: uma Junta Médica é um conjunto de médicos. Certo? Que vão deliberar. Mas mais à frente no texto tu mencionas que e deixa-me fazer um copy/paste;

"O princípio da igualdade aplica-se na perfeição. Atrasados mentais sem nenhuma formação em Medicina, mas com aspiração a tal,"

Afinal essas juntas médicas não são compostas por médicos, é isso? Mas sim por uns senhores que decidem sem saber que porra estão a fazer baseando-se num principio sem pés nem cabeça.

Terei compreendido bem? É inacreditável.

Diz qualquer coisa.

Beijinhos

Karl Macx disse...

Bem, Alien, as juntas médicas são constituidas por médicos, mas serão por seres humanos?

Que raio de médico considera que uma professora com cancro na língua, no útero e na mama, sujeita aos mais dicersos tratamentos, está em condições de leccionar?

Por isso a referência aos atrasados mentais que sujam o nome da classe médica!

Bjs

a formiga disse...

Penso que o que está em causa não é serem humanos, pois os humanos falham mas só se forem "estupidos" é que erram mais de que uma vez, na mesma situação. O que acontece nestes casos é que eles estão debaixo da alçada de superiores que só olham a numeros, sendo que têm que cumprir objectivos, desses objectivos não faz parte olharem para as pessoas como humanos, mas sim redução de despesas...
Como estes médicos dão muita importância ao lugar que ocupam, deixam de lado a ética da medicina, e usam a biblia dos numeros, depois dá no que dá... mas atenção, o que tem vindo a publico é uma percentagem muito minima do que está a acontecer, por pressões do poder politico.
Pressões essas que estão em todos os sectores e o mais visivel são as multas do código da estrada. Os policias estão a ser pressionadissimos para multarem por dá aquela palha... já não interessa a parte humana do que rodeia... só numeros para aparecerem nos jornais, redução, redução de despesas, não importa como foi conseguida, e à custa de quem, esse quem é sempre o mesmo, que é quem trabalha.

TheOldMan disse...

Karl, uma Junta Médica é um agrupamento de funcionários públicos que por coincidência são médicos; o que atendendo à natureza das vítimas, torna o caso aínda mais grave.

Talvez eles fosse objectores de consciência em relação à existência de professores...

;-)

Alien David Sousa disse...

Ok karl, já entendi. Pensei que nessas juntas também poderiam estar individuos que não fossem médicos. Concordo contigo, claro que sim. Como poderia não concordar?
Beijinhos