segunda-feira, outubro 02, 2006

O silêncio que se fazia sentir...

...quando o terrorismo não gritava por Alá!
Ao ler alguns dos artigos na edição de hoje do JN.pt deparo-me com esta surpresa: "Polícia reabre caso "Rainbow Warrior"!
Para quem não sabe, o Rainbow Warrior foi um navio pertencente à Greenpeace que foi "sabotado", que é como quem diz vítima de um atentado bombista e terrorista, por parte do Governo Francês. A história remonta até ao longínquo ano de 1985, quando o Rainbow Warrior estava ancorado no porto de Auckland, na Nova Zelândia. Encontrava-se de saída para o Atol de Mururoa, onde o Governo Francês ia conduzir testes nucleares que colocariam em risco a existência de inúmeras espécies em risco de extinção, bem como contaminar de forma quase irreversível as águas em volta do atol. Para impedir essa acção de protesto por parte da Greenpeace, os franceses conseguiram introduzir uma "toupeira" - ou espia, como preferirem - no intuito de fornecer às autoridades de Paris todas as informações relativas às movimentações da organização conservacionista. Mais tarde, o Ministério da Defesa daria ordem a dois elementos para armadilharem e fazerem explodir o navio. Dessa acção resultou a morte do fotógrafo Fernando Pereira, um holandês de ascendência portuguesa.
As autoridades neo-zelandesas reagiram quase de imediato ao que consideraram "o único ataque terrorista em território neo-zelandês", tendo condenado dois franceses a 10 e a 7 anos de prisão, num atol sob posse francesa, de onde saíram dois anos depois.
Ao fim de 21 anos, talvez agora se faça justiça, sendo que, nesse período, nunca a atitude terrorista do governo francês fora criticada tão violentamente como as de agora.
Não serve este post para justificar o que quer que seja, mas antes para recordar que aqueles que hoje defendem o fim do terror pela imposição da força, usaram dessa mesma força para impôr o terror.

3 comentários:

Barão da Tróia II disse...

Tens toda a razão. Muitos usaram o terrorismo de estado,para fazer porcaria. Pena que hoje, por causa de tanta estupidez, não o façam para acabar com o que deve ser exterminado, acabavasse com a treta do radicalismo do Islão em três tempos. Boa semana.

TheOldMan disse...

Claro que agora é fácil reabrir o caso.

Vinte anos depois não vai significar nada. É um pouco como o nosso escândalo do Fundo Social Europeu.

;-)

AB disse...

Bem.. para kem era mto kenina há 20 anos... faz diferença! Acreditem.

:)